Repensando...

sábado, 16 de outubro de 2010

SELETIVIDADE E EVOLUÇÃO MUSICAL




É comum o ser humano abrir mão de determinada coisa em virtude da descartabilidade que existe em seus critérios de seletividade. De fato, tal fato ocorre de diferentes formas seja por meio do gosto musical, da afinidade político-partidária, passando por diferentes ramos do conhecimento humano.

Geralmente quando surge uma novo hit musical ou um novo movimento cultural, as pessoas descartam o antigo e contemplam o novo, em um critério de seletividade exacerbada. Na verdade, desconsidera-se o fato de que o "novo" surge, muitas vezes, como produto do que foi alicerçado anteriormente, ou seja, o "antigo" funcionou como a base de existência do "novo".

Assim, torna-se imprescindível que sejamos autores de uma revolução sem perder de vista as conquistas ou situações positivas vividas anteriormente. Torna-se de fundamental importância, por exemplo, valorizar as nossas raízes, recepcionando a novidade sem considerá-la como algo absoluto e substitutiva do status quo .

Na música não seria diferente. Assiste-se a constantes regravações de sucessos eternizados na voz de Maria Bethânia, Gal Costa, Rita Lee, Simone e outras intérpretes da "velha guarda" reproduzidas pela "nova guarda" representadas por Daniela Mercury, Adriana Calcanhoto, Ivete Sangalo, Ana Carolina e outras, que embora representem estilos musicais diferentes, já provaram que são exímias intérpretes de MPB.

A década de 80 constitui exemplo de efervescência cultural, com o surgimento de bandas de rock que tornaram-se referência para as bandas atuais tais como Scorpions, Queens, Police, The Pretenders, U2 (sucesso até hoje), Men at Work, Metalica, Guns'n Roses, Dire Straits, dentre outras.

Paradoxalmente, grande parte dos "intelectualóides" de plantão afirmam de forma incontestável que tal década foi o tempo da trevas assim como foi o da Idade Média. De fato, tal constatação não procede e nem tampouco resiste ao grande número de estrelas da música que trouxeram um movimento cultural rico, criativo e com capacidade para influenciar as gerações futuras. A título de exemplo, citam-se Whitney Houston, Madona, Cindy Lauper, e várias outras...

A cultura do elemento retógrado deve ceder lugar à inovação com toque de personalidade e criatividade. Assim, reconceitua-se a música sem perder de vista a genialidade de sua interpretação. Valoriza-se o passado sem perder de vista as novas tendências...



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